Acredito que muitos dos nossos pensamentos e comportamentos acabam se intensificando quando atingirmos certa idade na vida.

Muitos deles estão enraizados no desenvolvimento durante a infância e adolescência, outros na juventude e idade adulta.  Não sabemos exatamente quando foram adicionados em nossa mente. Mas de qualquer forma, eles irão influenciar a conduta de nossas vidas.

Vamos enumerar algumas das influências mais indesejáveis colecionadas por cada um de nós durante a nossa vida.

DESAPONTAMENTO com experiências desagradáveis com coisas que fizemos ou deixamos de fazer ou ainda, que nos fizeram, sendo esta uma das fontes mais comuns de desapontamento com as pessoas. Quantas e quantas vezes isto aconteceu, embora algumas pessoas o neguem. Muitas delas estão associadas a pessoas que mais considerávamos ou que amávamos muito.

Quanto mais importante tenha sido à pessoa para nós, maior será o desapontamento e mais difícil de aceitarmos, o que nos fizeram ou deixamos de fazer.

Sendo que, uma das maiores causas de um desapontamento é a rejeição por parte de alguém que amávamos muito. E esta dor psicológica causa um vazio, podendo ser devastador levando-nos a uma depressão profunda.

FALTA DE AUTOESTIMA, desvalorização, não aceitação de si mesmo, são sentimentos muitas vezes exagerados direcionados a pessoa e/ou as circunstâncias vivenciadas que, na maioria dos casos confirmam a autocomisseração e apoiam a aceitação desta condição e resignação.

Isto se deve mais as expectativas que a pessoa tem de si mesma, expectativas estas irreais que as tornam incapazes de autoaprovação.

As pessoas perfeccionistas geralmente nunca estão contentes com suas realizações, trazendo um sentimento de incapacidade pessoal.

COMPARAÇÕES INJUSTAS, comparando-nos com pessoas que levam vantagens sobre nós em algumas atividades ou função que tenhamos.

Outras vezes comparamos o que temos conseguido, em bens materiais ou realizações pessoais, com o que algumas pessoas possuem ou conseguiram na vida e gozam na idade mais avançada.

Na realidade estamos comparando as nossas deficiências pessoais com o que é forte no outro. Esquecendo-nos que também temos características fortes.

HIPERATIVIDADE MENTAL causada por excesso ou busca incessante de atividades e produtividade.

Nesta década da vida, de 60 á 70 anos, onde muitos mencionam o final dos tempos, vejo uma busca grande em se ganhar um tempo, fazer mais em menos tempo, encurtar espaços, fazer acontecer, e com isto trazendo muita ansiedade e estresse excessivos.

A exaustão é comum nestas situações e muitas das pessoas possivelmente nem suportariam tais circunstâncias.

Talvez os que nasceram nestas décadas anteriores tenham maiores habilidades para suportar estas situações.

Infelizmente, para algumas pessoas, nesta busca em quererem ser felizes e produtivas para viver mais e confortavelmente, acabam se esquecendo ou dando menos importância ás necessidades das pessoas ao seu redor, as vezes pessoas da própria família, porque se preocupam mais consigo mesmas.

METAS INADEQUADAS são aquelas que, quando alcançadas parecem causar certa decepção, sejam elas alcançadas individualmente ou em grupos.

O ser humano é uma criatura que claramente luta por ideais. Sem estes ideais cessaria sua luta, se sentiria inútil, se isolaria de tudo e de todos. Esta relacionada com as motivações pessoais humanas.

Lutamos por realizar um projeto, seja de vida pessoal ou de trabalho, e quando conseguimos realizá-lo, algumas vezes nos vem um sentimento de decepção. Poderíamos ter feito mais e até melhor.

Por isto mesmo, as pessoas deveriam ter sempre em suas mentes durante as décadas passadas, metas relacionadas a curto e longo prazo. Antes de terminarem um projeto, deveriam ter expectativas de criar dois ou três ao longo da vida e assim garantir em sua vida um futuro agradável e produtivo, adequados a cada década de vida.

Comentários finais:

Embora cada qual tenha os seus próprios mandatos já sedimentados em suas mentes, ainda um esforço pessoal terá que ser mantido para bloquear estes pensamentos negativos e nocivos que trazem sofrimento as pessoas e deterioram à sua saúde mental. E não só isto, também empregar uma dose de vontade para refazê-los para que possam resgatar aquilo que de mais importante existe para serem mais felizes.

Nestes últimos anos acompanhamos algumas mudanças e iniciativas tomadas nesta direção, mas acredito que uma das mais importantes seja a forma de repensar tudo que já existe dentro de cada um, trabalhando nossa imaginação para transformarmos um futuro que ainda não vivenciamos.

 

Texto extraído do livro: Automotivação, utopia ou realidade? Autoria de Paulo Domingues, Edição 2018. Distribuído pelo próprio autor.